Neurônios Espelho

Frequentemente nos questionamos sobre os inúmeros problemas que nos cercam no mundo caótico da contemporaneidade. São guerras, desigualdades e outras mazelas relacionadas ao egoísmo humano. Elas nos levam a previsões pessimistas sobre o futuro.

     Todavia, o primeiro passo para a mudança da sociedade está dentro de nós mesmos. Reflita hoje sobre como exercitar sua empatia através dos neurônios espelho. Sem dúvida, esse é uma estratégia inteligente para a transformar a nossa realidade. Vamos nessa?

Neurônios Espelho

A descoberta dos neurônios espelho

    Em meados dos anos de 1990, praticamente de forma acidental, foi feita uma grande descoberta em um laboratório italiano. Durante os intervalos de um experimento com um macaco, os estudiosos perceberam que o cérebro do animal reagia aos estímulos à sua volta de maneira sui generis.

    Mesmo sem realizar qualquer movimento, ao observar um ser humano tomando um sorvete, seus neurônios ativavam alarmes nas máquinas como se ele mesmo estivesse degustando a guloseima.  A partir de então, o pesquisador Giacomo Rizzolatti constatou uma nova classe de células nervosas – os neurônios espelho.

    Basicamente, podemos definir os neurônios espelho como uma forma de imitação do comportamento alheio que acontece dentro do nosso cérebro. Além de serem cruciais para a aprendizagem, também protagonizam como a origem de um comportamento sobre o qual conversaremos mais a respeito hoje: a empatia.

Os neurônios espelho e a empatia a seu favor

    A empatia é definida como a capacidade de nos colocarmos no lugar de outra pessoa. Num primeiro momento, tal habilidade pode parecer complexa pois envolve adotar uma nova perspectiva e compartilhar sentimentos alheios aos nossos. Contudo, essa é uma característica inata a todos nós e muito mais fácil de ser desenvolvida do que se imagina.

    Como pudemos ver anteriormente, a neurociência afirma que já nascemos empáticos por natureza, devido aos neurônios espelho. Essa é uma força poderosa, que nos une enquanto sociedade. Afinal, ninguém vive completamente sozinho.

    E, tendo em vista que a nossa tendência natural é a da imitação, quanto mais formos empáticos maiores as chances de outras pessoas serem empáticas também. Você consegue perceber o ciclo positivo que isso resulta?

    O modo como enxergamos e nos conectamos com as outras pessoas é determinante. Usar a empatia para compreendê-las é a chave para desenvolvermos relações mais sadias e dinâmicas. Todos saem beneficiados com isso.

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Como treinar a empatia

    Desde bebês, manifestamos a capacidade de empatizar em atitudes simples, como ao imitar ou reagir a caretas e sons. Porém, apesar de o nosso cérebro já possuir as estruturas necessárias para a empatia através dos neurônios espelho e suas conexões, isso pode (e deve!) ser aprimorado.

    O cérebro humano se adapta às mais diferentes situações. Podemos aprender em qualquer fase da vida ou faixa etária. Tudo depende dos estímulos que proporcionamos para que a aprendizagem aconteça.

    Com a empatia, acontece da mesma maneira. Ao exercitarmos a competência de compartilhar ações, movimentos e emoções com o outro, esse processo se torna cada vez mais automático. As rotas neurais entre os neurônios espelho são fortalecidas.

A empatia como estratégia de desenvolvimento humano e social

    O pensamento sistêmico, que leva em consideração não apenas o nosso ponto de vista mas também o de outras pessoas, pode ser a saída para inúmeros problemas. A empatia nos ajuda a melhorar as relações pessoais de modo gradativo e exponencial.

    Esse elo nos une e nos fortalece. E ele pode ser um alento, fazendo com que a nossa visão pessimista sobre o futuro seja transformada. A mudança está dentro de cada um de nós.

    Estimular o funcionamento de nossos neurônios espelho é uma tarefa simples, você pode começar agora mesmo. Veja, perceba e sinta o próximo com atenção e sabedoria. Isso certamente poderá inspirar outras pessoas a agirem como você. É assim que começamos o processo de mudança individual e coletiva que tanto almejamos para um mundo melhor.

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